IATROQUIMICA
No século XVI, na Europa, os pesquisadores abandonaram o "sonho" da Alquimia e partiram para caminhos mais realistas e úteis, principalmente a produção de medicamentos, principal objetivo da IATROQUÍMICA, onde se distinguiu o médico Paracelsius (1493-1541). Com isso, novas substâncias, aparelhagens e técnicas foram surgindo. Um fato importante dessa época foi o aparecimento das primeiras sociedades científicas, onde os cientistas se reuniam para trocar informações sobre suas descobertas.
A Iatroquímica foi o primeiro sistema a romper abertamente com o galenismo. Ele foi formulado na segunda metade do século XVII pelo holandês Franz de le Boe (Sylvius) e pelo inglês Thomas Willis, que se basearam numa interpretação química dos processos fisiológicos, patológicos e terapêuticos. Embora assente nas interpretações químicas de Paracelso e dos seus seguidores, os iatroquímicos afastaram-se destes do ponto de vista filosófico, rejeitando a Filosofia Química e apoiando-se antes nas correntes filosóficas do seu tempo, como o cartesianismo, o atomismo e o indutivismo de Bacon. Aproveitaram igualmente todos os avanços mais recentes no campo da Medicina, como a anatomia baseada na dissecção de cadáveres humanos e a doutrina da circulação do sangue de William Harvey (1578-1657).
Joan Baptista van Helmont (1579-1644) defendeu a existência de agentes químicos específicos das doenças (archaei) contra a teoria do desequilíbrio humoral. Estudou a digestão como processo químico.
o século XVI, quando se iniciou o movimento conhecido como iatroquímica, ou química médica, que abrangeu o período de aproximadamente 1500 a 1650.
O alquimista, na busca de obter a transmutação dos metais ou o elixir da longa vida, ia misturando e combinando materiais, desenvolvendo novas técnicas e fabricando equipamentos de laboratório.
O almofariz, o alambique e a retorta, que, aperfeiçoada, deu origem ao balão de destilação, foram desenvolvidos por alquimistas, que também aperfeiçoaram muitas técnicas relacionadas à separação de misturas, além de sintetizarem novos materiais, como o álcool etílico, o ácido sulfúrico e o ácido nítrico.
Assim, se não podemos dizer que a Química se originou da alquimia, uma vez que se baseava na teoria do vitalismo, pelo menos devemos concordar que a alquimia contribuiu muito para o desenvolvimento de importantes técnicas experimentais utilizadas atualmente em experimentos químicos.
Um dos principais representantes da iatroquímica foi o suíço Phillipus Aureolus Theopharastus Bombastus von Hohenheim (1493-1541), mais conhecido pelo pseudônimo de Paracelsus, que ele mesmo escolheu e que significa “ao lado de Celsus” ou “comparável a Celsus”.
Em 1515, aos 22 anos, Paracelsus começou sua longa peregrinação de estudos, o que inclui a experiência como cirurgião militar, na Guerra dos Países Baixos, em 1518.
A atuação de um médico nos campos de batalha era a melhor oportunidade para o estudo prático de cirurgia e de anatomia em organismos vivos.
Considerando que o homem tinha o dom de praticar a alquimia, por exemplo, separando o metal do minério impuro ou “retirando o pão dos cereais”, Paracelsus concluiu por analogia que muitos processos desenvolvidos no corpo humano eram alquímicos, como, por exemplo, a digestão de alimentos (na qual é feita a separação entre o que é nutritivo e o que deve ser expelido).
A partir desse raciocínio, passou a considerar cada homem como um microcosmo contendo em seu interior o equivalente a todas as partes do Universo, o macrocosmo.
Paracelsus afirmava que as doenças eram provocadas por agentes externos ao organismo (o primeiro conceito “ontológico”: a doença com existência própria).
Passou, então, a administrar aos doentes pequenas doses de minerais e metais.
Pelos padrões atuais, seus “remédios químicos” parecem drásticos e mesmo mortais. Mas Paracelsus aparentemente aprendeu (por tentativa e erro) que doses mínimas de substâncias venenosas como chumbo, mercúrio e arsênio, utilizadas em suas preparações (e “purificadas” pelo fogo), podiam ser benéficas para a cura de certas doenças, um fato que hoje é bem aceito.
Paracelsus aceitava os quatro elementos propostos por Aristóteles — água, terra, ar e fogo — mas, segundo seu raciocínio, esses elementos seriam apenas o suporte para que os três princípios verdadeiros — enxofre, mercúrio e sal — pudessem transformar esses elementos em matéria.
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