sexta-feira, 3 de outubro de 2014

DOMINGOS VANDELI

Domenico Agostino Vandelli (Pádua8 de Julho de 1735 — Lisboa27 de Junho de 1816) foi um naturalista italiano, com trabalhos fundamentais para o desenvolvimento da história natural e da química em Portugal nos finais do século XVIII e princípios do século XIX.

VIDA E OBRA DE VANDELI

Estudou na Universidade de Pádua, onde obteve o seu doutoramento em medicina, com a tese Dissertationes tres: de Aponi thermis, de nonnullis insectis terrestribus et zoophytis marinis, et de vermium terrae reproductione atque taenia canis. Em 1761 iniciou uma prolongada correspondência com Carl von Linné (1707-1778), com uma carta sobre asholotúrias. Este dedicou-lhe em 1767 o género Vandellia da família das Scrophulariaceae.
Em 1764, foi inicialmente contratado para ensinar ciências químico-naturais em Lisboa, no Colégio dos Nobres, mas este ensino nunca chegou a ser implementado, pelo que regressou durante algum tempo à Itália. Em 1768 foi-lhe atribuída a incumbência de criar o Jardim Botânico da Ajuda, e em 11 de Setembro de 1772 foi nomeado lente de História Natural e Química na Universidade de Coimbra, onde fundou o jardim botânico. Na década de 1750 foi o criador do Jardim Botânico do Palácio do Monteiro-Mor.
Vandelli dirigiu as expedições filosóficas portuguesas de finais do século XVIII, levadas a cabo por Alexandre Rodrigues Ferreira e outros naturalistas que tinham sido alunos seus na Universidade de Coimbra. Segundo outros autores, porém, no que diz respeito a Rodrigues Ferreira, Vandelli seria apenas "supostamente o autor das instruções compostas para a ´Viagem Filosófica´" - é o que se lê, por exemplo, na página 58 da obra "Brasiliana da Biblioteca Nacional", Rio de Janeiro, 2001.
Publicou, em 1788, o Dicionário dos termos técnicos de história natural extraídos das obras de Lineu (Coimbra) assim como uma Florae lusitanicae et brasiliensis specimen (Coimbra). Baseando-se sempre na autoridade de Lineu, publicou no ano seguinte o Viridarium Grisley lusitanicum, Linnaeanis (Lisboa). Além destes, é autor de um grande número de memórias sobre temas científicos e económicos.
É certo que foi «um dos mais destacados colaboradores da Academia e, certamente, o autor que melhor interpretou o sentido reformador e ilustrado das medidas preconizadas na globalidade dos textos publicados por esta instituição», segundo a Introdução, pg 25, da obra Portugal como problema, volume dedicado a «A Economia como solução 1625-1820 - Do Mercantilismo à Ilustração», Público/Fundação Luso-Americana.

Principais publicações


  • Diccionario dos termos technicos de Historia Natural, extrahidos das obras de Linneo, e a memoria sobre a utilidade dos Jardins Botanicos. Coimbra: na Real Officina da Universidade, 1788.
  • Florae lusitanicae et brasiliensis specimen … et epistolae ab erudits viris. Carolo a Linné, Antonio de Haen ad Dominicum Vandelli. Conimbricae: Ex Typ. Academico-Regia, 1788.
  • Viridarium Grisley lusitanicum, linnaeanis. Olisipone: Typ. Regalis Academiae Scientia, 1789.

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